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Papa Leão XIV faz apelo por união e diálogo em meio a sociedades divididas 30/07/2025
Em sua mais recente mensagem no Vídeo do Papa, divulgada nesta quinta-feira (1º) para o mês de agosto, o pontífice fez um urgente chamado à oração e à reconciliação em um mundo marcado por conflitos e polarizações. Com o tema "Que as sociedades não sucumbam à tentação do confronto", Leão XIV pediu que fiéis e líderes políticos busquem caminhos de diálogo em vez de divisão, respondendo aos desafios com "gestos de fraternidade".
"Vivemos tempos de medo e divisão", afirmou o papa no vídeo, produzido em colaboração com a Fundação Jesuíta para as Comunicações (JesCom) e a Rede Mundial de Oração do Papa. "Às vezes agimos como se estivéssemos sozinhos, levantando muros que nos afastam uns dos outros, esquecendo que somos irmãos e irmãs". As imagens que acompanham sua fala mostram cenas de tensão social, violência e migração forçada, contrastando com o apelo por união.
O pontífice destacou que as diferenças étnicas, religiosas, políticas e ideológicas não devem ser vistas como ameaças, mas como "uma riqueza que nos humaniza". Para superar as divisões, ele incentivou os fiéis a olharem para os outros "com os olhos do coração", reconhecendo a dignidade de cada pessoa. A mensagem também enfatizou o papel da juventude, especialmente no contexto do Jubileu 2025, convocando os jovens a serem protagonistas na construção de comunidades mais fraternas e inclusivas.
Leão XIV ainda reforçou a responsabilidade dos líderes políticos na promoção da harmonia social. "Os governantes devem trabalhar ativamente para edificar sociedades justas e pacíficas", afirmou. Ao final, o papa conduziu uma oração coletiva: "Envia-nos teu Espírito, Senhor, para que torne a acender em nós o desejo de compreender-nos, de escutar-nos, de conviver com respeito e compaixão". A mensagem encerra com um tom de esperança, lembrando que a paz é possível quando fundada no diálogo e na solidariedade.
Fonte: ACI Digital
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Pesquisa revela que três em cada quatro brasileiros são contra a legalização do aborto 30/07/2025
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pela Ipsos-Ipec mostrou que a maioria esmagadora da população brasileira rejeita a legalização do aborto no país. Segundo o estudo, 75% dos entrevistados se declararam contrários à medida, enquanto apenas 16% apoiam a descriminalização da prática. Os dados ainda revelaram que 6% não têm posição definida sobre o tema, e 3% não souberam ou não responderam.
O levantamento, intitulado Índice de Conservadorismo Brasileiro, apontou uma queda de dois pontos percentuais no apoio à pauta pró-aborto em comparação com a última pesquisa do instituto, realizada em 2023. Paralelamente, a defesa da proteção à vida desde a concepção registrou um aumento de dois pontos no mesmo período, reforçando a tendência de posicionamento conservador da população.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 8 de julho, com duas mil pessoas entrevistadas em 131 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. A amostra foi elaborada com base nos dados do Censo Demográfico 2022 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2023, do IBGE, levando em conta variáveis como sexo, idade, escolaridade, raça/cor e ramo de atividade.Os resultados reforçam o cenário de resistência a mudanças na legislação atual, que permite o aborto apenas em casos de estupro, risco de vida para a mãe ou anencefalia fetal. O debate sobre a ampliação das permissões continua polarizado, com movimentos sociais defendendo a descriminalização e grupos conservadores mantendo forte oposição. A pesquisa sugere que, pelo menos no momento, a maioria dos brasileiros ainda não apoia uma flexibilização das leis sobre o tema.Fonte: ACI Digitalhttps://www.acidigital.com -
O relacionamento humano e a Inteligência Artificial 30/07/2025
A Quarta Revolução Industrial está intrinsecamente ligada a todos os aspectos de nossas vidas. Com isso, a Inteligência Artificial (IA) começou a assumir papéis tradicionalmente reservados aos seres humanos. Contudo, essa relação entre humanos e a máquina tem transformado nossa maneira de nos comunicar com o próximo que, por ser a imagem e semelhança de Deus, foi criado para a dinâmica de se relacionar com o outro que possui consciência, pensa e reflete.
O ser humano, portanto, é um ser em relação. É ser com os outros, em todos os âmbitos de sua existência, na vida social e política, na amizade, no amor e na vida comum, enfim, nas várias formas de relação dos sujeitos. Ser com os outros é uma experiência fundamental de nossa vida. O ser humano não pode ser compreendido em sua totalidade, sem a categoria relacional ou recíproca de sujeito a sujeito.
Assim sendo, o relacionamento é um pilar fundamental nas interações entre indivíduos e grupos sociais: na família, no bairro, em ambientes de trabalho, em atividades de lazer, nas esferas sociais e políticas. O ser humano, em sua essência, depende do outro para sua plena realização, para o aprimoramento contínuo, para a prática da fé e para a construção da civilização do amor, amadurecendo como pessoa na troca mútua e no contato cotidiano.
A evolução da Inteligência Artificial Generativa (IAG) nos leva a compreender que sistemas como ChatGPT, Copilot, Gemini, Magisterium AI e outros aplicativos são atraentes por suas sofisticadas capacidades de processamento e combinação de dados. Eles respondem a indagações complexas, atuam como apoio emocional e facilitam a interação humana, tornando-se, de certa forma, companheiros.
É importante entender que o ser humano pensa em termos de analogias e comparações, o que proporciona ao interlocutor a oportunidade de buscar esclarecimentos. Por outro lado, os sistemas não exibem raciocínios lógico verdadeiro nem possuem consciência. Sua funcionalidade baseia-se no reconhecimento de padrões linguísticos, sem compreensão intrínseca que articulam, relatam, expressam ou respondem. É um sistema impessoal
No entanto, para que não nos percamos nessa relação com a máquina que cria, gera, escreve, resume, aconselha, orienta e até desenha é fundamental entender um ponto crucial. Embora esses sistemas de IA operem com base em modelos de linguagem e vastos conjuntos de dados para responder e resolver problemas lógicos, gerando conteúdos e cálculos que parecem precisos, precisamos ficar atentos. A IA mal utilizada pode deteriorar as interações humanas. Por trás dessas respostas, podem surgir soluções equivocadas, o que chamamos de alucinações de IA.
O relacionamento da máquina com o humano é feito por prompts. Eles estimulam o nosso modelo de pensar passo a passo (Machine Learning e Deep Learning) até chegar numa conclusão. Quando a IA responde, comunicando ideias ou apresentando soluções, ela está, na verdade, processando probabilidades de respostas. Isso pode, muitas vezes, apresentar um raciocínio lógico e gerar respostas até melhores que as humanas, simulando o pensamento. Contudo, é fundamental entender que essas respostas podem ser incorretas e ilógicas. Por isso, as linhas de processamento da IA devem ser sempre questionadas pelo ser humano, nesse novo modelo de relacionamento.
A crescente interferência tecnológica em nossas relações, especialmente com a IA simulando o pensamento humano, pode, de fato, dificultar nosso questionamento crítico e discernimento como seres criados à imagem e semelhança de Deus. É, portanto, imperativo que mantenhamos consciência e ética ao analisar os resultados gerados na interação com as máquinas. Isso nos protegerá das alucinações da IA, que frequentemente distorcem a verdade e a essência das relações humanas. Diante desses desafios tecnológicos, precisamos permanecer vigilantes na formação ética e na intermediação, sempre buscando entender o outro como presente do bom Deus em nossas vidas.
Em suma, a IA, com sua capacidade de processar informações, surge como um catalisador de conexões. Ela acelera e intensifica as interações humanas, atuando como um agente que o estimula e potencializa os relacionamentos. É uma ferramenta valiosa que nos auxilia a transcender barreiras e a nos aproximarmos do próximo. Assim, a tecnologia se torna um meio para fortalecer os laços humanos, e não um fim em si mesma.
Fonte: Vatican News
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A Esperança dá sentido à realidade presente 28/07/2025
No livro Fé, esperança e caridade – as três graças do Cristianismo, o cardeal Raniero Cantalamessa, apresenta uma reflexão profunda sobre as três virtudes teologais, fundamentais à vida cristã. Com linguagem acessível e espiritualidade enraizada na tradição bíblica e patrística, Cantalamessa mostra como a fé orienta o relacionamento com Deus, a esperança sustenta o crente nas provações e a caridade traduz o amor divino em ação concreta. A obra convida à vivência autêntica do Evangelho, destacando essas virtudes como caminhos para a santidade e a transformação pessoal.
Inspirado nesta obra, Pe. Gerson Schmidt nos propõe hoje a reflexão "A Esperança dá sentido à realidade presente":
"Novo livro do cardeal Raneiro Cantalamessa, ex-pregador da Casa Pontifícia, intitulado “Fé, esperança e caridade – as três graças do Cristianismo”, foi editado no Brasil pela editora Paulus. Aborda, num segundo grande capítulo, a virtude da esperança, tema no Ano Santo Jubilar, que nos é propício aprofundar.
Jesus em sua pregação proclamou a esperança da Vida Eterna, afirmando vigorosamente a ressurreição dos mortos. Diante da controvérsia dos saduceus, colocando a Jesus um caso hipotético de um homem que teria sete mulheres e todas morreram, qual delas o teriam na eternidade como marido. Jesus responde que na eternidade seremos como anjos e proclama o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó e conclui que “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, porque para Deus todos vivem”. Cristo não só ressuscita a filha de Jairo, o filho da mulher de Naim, e Lázaro. A prova irrefutável que Ele é Senhor dos vivos é que Ele mesmo ressuscita. Por isso, nossa esperança não é só para esta vida, mas para a que virá depois de nossa morte.
Crer na Vida Eterna muda nossa existência e vida cotidiana. É preciso voltar à nossa realidade presente, quando afirmamos crer na Vida Eterna. Voltemos ao hoje de nossa vida, ao exercício da virtude teologal da esperança que é aquilo que mais nos interessa. É tempo de, sobre este ponto, a passagem do antigo ao Novo testamento, ocorrida historicamente a dois mil anos, ocorrer existencialmente hoje em cada um de nós mostrando que a revelação da vida eterna também muda a vida de um crente aqui na terra.
Cantalamessa conta nesse livro que um ateu contou uma experiência pessoal. ”Assistia, por dever de representação a um funeral cristão. A certa altura, o oficiante pronunciou, em tom solene, essas palavras: "esse irmão ressuscitará; todos nós um dia ressuscitaremos". Ele olhou em volta: nenhum dos presentes pestanejou ou deu sinal de alguma emoção. Disse para si: "se eu pudesse acreditar no que essa gente diz acreditar, penso que começaria a dar saltos de alegria e a gritar: Urrá! Urrá! Não digo que se possa sempre dar saltos de alegria (estamos na fé, não na visão), mas deveria ser possível perceber que a fé na vida eterna muda algo em nossa vida, nós que acreditamos: em nossas palavras, em nosso próprio olhar. O apóstolo Pedro sugere duas coisas com as quais dar razão da esperança: doçura e respeito (1Pd 3,15-16). Aquele para quem a vida eterna é algo mais do que uma simples crença, diante de qualquer dificuldade contradição, repete para si com São Bernardo e Santo Inácio de Loyola: “Quid hoc ad aeternitatem? (o que é isso diante da eternidade?)” .
Se perguntamos o que é a esperança, se a tua mente por ela é adornada e de onde ela vem, na da mais pura escolástica, poderia se responder assim: “Esperança é uma espera certa da glória futura, a qual produz Graça Divina e mérito precedente”.
As virtudes teologais são tratadas por dois grandes poetas: Dante Alighieri e Charles Péguy. No discurso de Peguy sobre as virtudes teologais, se parte de um exame. O interrogatório não se realiza no céu, mas na terra. O examinador não é um apóstolo, mas um pobre pároco de aldeia. O examinado é um criança, talvez da catequese da confirmação. Primeiramente o simples sacerdote pergunta: Quais as três virtudes teologais? A criança responde: fé, esperança e caridade. O Pároco humilde pergunta: porque são chamadas de virtudes teologais? A criança responde: Porque essas três virtudes se referem diretamente a Deus! E o sacerdote pergunta: “O que é a esperança?”. O catequizando responde: “A esperança é uma virtude sobrenatural pelo qual esperamos de Deus, com confiança, a sua graça nesse mundo e a glória eterna no outro”.
A esperança não é apenas uma meta futura, mas um motor propulsor no presente, que transforma nosso modo de viver e proceder. Quem não pensa no amanhã, não vive bem no dia de hoje. Quem não coloca seu coração na eternidade, não valoriza o tempo presente. Vive de qualquer jeito, deixa as coisas como estão, sem compromisso de eternidade.
Cantalamessa escreve assim: “Fé, a esperança e caridade são três irmãs que caminham de mãos dadas: as duas grandes ladeando a menina no centro. E todos sabem bem quem é a menina. Todos, ao vê-las, pensam que são as duas maiores que puxam a pequena pela mão. Estão equivocados! É ela, a pequena, que puxa tudo. Se a esperança parar, tudo para! Não creio que restam muitas dúvidas sobre qual das três virtudes teologais o poeta ama mais. A verdadeira grande tentação para ele é contra a esperança, concordando nisso com a teologia clássica que considera “o desespero o pecado mais grave de todos”, segundo afirma São Tomás de Aquino, na Suma Teológica".
Fonte: Vatican News
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Jubileu dos Influenciadores Católicos em Roma destaca missão digital como rede de pessoas, não de algoritmos 28/07/2025
Milhares de influenciadores católicos e missionários digitais de várias partes do mundo participaram, nesta segunda-feira (28), da abertura do Jubileu dos Influenciadores em Roma. O evento, realizado no Auditório da Conciliação, é um chamado da Igreja para refletir sobre a evangelização na era digital, valorizando mais a presença humana do que a viralização de conteúdo.
Durante a cerimônia de abertura, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, destacou que renovar o ambiente digital é um desafio essencial. “Falar de missão digital não é reduzir a evangelização a uma técnica, mas reconhecer que o digital faz parte da forma como as pessoas vivem, sentem e se relacionam”, afirmou. Segundo ele, mais que estratégias, o mundo online precisa de testemunhos reais, empáticos e disponíveis ao diálogo.
A mensagem foi reforçada por Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação, ao lembrar que a Igreja já era uma “rede” antes da existência da internet. Para ele, o verdadeiro vínculo entre os cristãos é espiritual e humano — e não algorítmico. “Estamos aqui não para nos glorificarmos ou promovermos nossas marcas pessoais, mas para fazer um exame de consciência sobre como testemunhamos o Reino de Deus na era digital.”
Ruffini também alertou para o risco de transformar comunidades em públicos e o público em mercadoria. “Nossa fé não é individualista nem consumista, mas comunitária”, disse, convocando os presentes a manterem o foco na missão evangelizadora.
O Jubileu propõe, assim, uma mudança de paradigma na presença digital católica, reforçando que evangelizar online vai além de seguidores ou curtidas: trata-se de ser sinal de esperança e presença de Cristo no meio do caos digital — com verdade, escuta, compaixão e comunidade.
por Wander Soares -
Congo: massacre em uma igreja Católica em Komanda 28/07/2025
Seriam cerca de quarenta as vítimas do ataque, neste domingo, 27 de julho, perpetrado por milícias das Forças Democráticas Aliadas (ADF), compostas por ex-rebeldes ugandeses. Com golpes de facões e armas de fogo, foram mortos fiéis que se haviam reunido para rezar, segundo informações fornecidas à AFP por fontes locais. Ao longo dos anos, as ADF foram responsáveis por vários massacres contra civis, matando milhares de pessoas.
Um ataque brutal em uma igreja no leste do Congo, perpetrado por rebeldes apoiados pelo Estado Islâmico. Por volta da 1h da madrugada, membros da ADF invadiram o local, em Komanda, matando cerca de quarenta pessoas.Com golpes de facões e armas de fogo
Uma estação de rádio apoiada pelas Nações Unidas falou em 43 vítimas, citando fontes de segurança. Afirmou que os agressores vieram de um reduto a cerca de 12 quilômetros do centro de Komanda e fugiram antes da chegada das forças de segurança. Várias casas e lojas também foram incendiadas. Enquanto continua a busca por mortos e feridos envolvidos no ataque, o tenente Jules Ngongo, porta-voz do Exército da República Democrática do Congo em Ituri, relatou à agência AP uma incursão de homens armados com facões e armas de fogo. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em uma postagem no X, condena o episódio hediondo: “Os locais de culto devem sempre ser preservados e a liberdade religiosa protegida. A Itália está próxima das famílias das vítimas e do povo congolês”.Mais um ataque mortal contra civis
A ADF opera na zona fronteiriça entre Uganda e Congo e tem realizado ataques regulares contra a população civil, sendo responsável pela morte de milhares de pessoas. Há duas semanas, mataram 66 pessoas na área de Irumu. O líder Jamil Mukulu, cristão convertido ao islamismo, fugiu para o Quênia; chegou Yusuf Kabanda, que se aliou a um grupo rebelde secular ugandense, o Exército Nacional para a Libertação do Uganda-Nalu. O inimigo comum é o presidente ugandês Yoweri Museveni. Após a perda, em 2000, do aliado Nalu, o grupo radicalizou-se e tornou-se cada vez mais agressivo contra as populações locais. Recorda-se, entre outros, o ataque no início do ano passado em Baeti, também na parte oriental do país, onde pelo menos oito pessoas foram mortas, cinco das quais enquanto rezavam. Os autores foram, mais uma vez, os rebeldes da ADF afiliados ao ISIS; nessa ocasião, mais de trinta pessoas foram feitas reféns pelos agressores, que invadiram várias aldeias vizinhas.
Fonte: Vatican News
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Não se pode rezar a Deus como Pai e depois ser duro e insensível, diz Leão XIV 28/07/2025
Em sua primeira aparição pública em Roma depois de mais de duas semanas em Castel Gandolfo, o papa Leão XIV apareceu na janela do Palácio Apostólico para rezar o Ângelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.
“Não se pode rezar a Deus como ‘Pai’ e depois ser duro e insensível para com os outros. Pelo contrário, é importante deixarmo-nos transformar pela sua bondade, pela sua paciência, pela sua misericórdia, para refletir o seu rosto no nosso como um espelho”, disse em sua meditação antes da oração mariana.
O papa refletiu sobre o Evangelho do dia, no qual Jesus ensina aos seus discípulos o Pai Nosso e disse que essa passagem “nos convida, na oração e na caridade, a nos sentirmos amados e a amar como Deus nos ama: com disponibilidade, discrição, solicitude recíproca, sem cálculos”.
Leão XIV também assegurou que esse trecho do Evangelho “descreve os traços da paternidade de Deus por meio de algumas imagens sugestivas: a de um homem que se levanta no meio da noite para ajudar um amigo a acolher uma visita inesperada; ou a de um pai que tem o cuidado de dar coisas boas aos seus filhos”.
O papa disse que essas figuras nos lembram que Deus “nunca nos vira as costas quando nos dirigimos a Ele, nem mesmo se chegamos tarde para bater à sua porta, talvez depois de erros, de oportunidades perdidas, de fracassos”.
Ele deixou claro que, “na grande família da Igreja, o Pai não hesita em tornar-nos todos participantes de cada um dos seus gestos de amor”.
“O Senhor escuta-nos sempre que rezamos, e, se por vezes nos responde em momentos e formas difíceis de compreender, é porque age com uma sabedoria e uma providência maiores, que estão para além da nossa compreensão”, acrescentou.
Por outro lado, disse, ao recitar o Pai Nosso, além de celebrar a graça da filiação divina, os fiéis também expressam o “compromisso de corresponder a esse dom, amando-nos uns aos outros como irmãos em Cristo”.
“Quanto mais confiantes rezamos ao Pai do Céu, tanto mais nos descobrimos filhos amados e tanto mais conhecemos a grandeza do seu amor”, disse o papa, cujo retorno ao Vaticano na terça-feira (22) marcou o fim de uma breve pausa de verão antes de celebrar o Jubileu da Juventude, que acontecerá de 28 de julho a 3 de agosto.Fonte: ACI Digitalhttps://www.acidigital.com
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Papa expressa preocupação com famintos em Gaza expostos à violência 28/07/2025
“Meu coração está particularmente próximo de todos aqueles que sofrem por causa dos conflitos e da violência no mundo”, disse o Papa Leão XIV ao lançar um apelo aos líderes mundiais para que encontrem soluções para as guerras que afligem tantas pessoas.
“Que o Príncipe da Paz inspire todos a buscar o diálogo e a reconciliação”, disse ele ao rezar “por aqueles afetados pelos confrontos na fronteira entre a Tailândia e o Camboja, especialmente as crianças e as famílias deslocadas”, e pelas “vítimas da violência no sul da Síria”.Profunda preocupação com o povo de Gaza
E falando após a recitação da Oração do Angelus neste domingo, 27, após uma semana em que o mundo viu imagens de crianças esqueléticas lotando as enfermarias dos hospitais em Gaza, enquanto, durante meses, Israel manteve os envios de alimentos muito abaixo das rações de fome, fazendo com que o número de mortes, especialmente entre os mais vulneráveis, aumentasse rapidamente, o Papa disse: “Acompanho com profunda preocupação a gravíssima situação humanitária em Gaza, onde a população civil está sendo esmagada pela fome e continua exposta à violência e à morte”.
Apelo
"“Renovo meu sincero apelo por um cessar-fogo, a libertação dos reféns e o pleno respeito ao direito internacional humanitário”, disse ele, observando que “Todo ser humano tem uma dignidade intrínseca concedida pelo próprio Deus.”“Todo ser humano tem uma dignidade intrínseca concedida pelo próprio Deus.”"
E, apelando aos líderes políticos, continuou: “Exorto todas as partes em todos os conflitos a reconhecerem essa dignidade e a cessarem todas as ações que a violem.”
O Papa disse que incentiva as negociações em direção a um futuro de paz para todos os povos e a rejeição de tudo o que possa comprometê-la, e confiou a Maria, Rainha da Paz, “as vítimas inocentes dos conflitos e os líderes que têm o poder de pôr fim a eles.”
"“Confio a Maria, Rainha da Paz, as vítimas inocentes dos conflitos e os líderes que têm o poder de pôr fim a eles.”" -
Festival Halleluya espera receber 1 milhão de pessoas em Fortaleza até domingo 25/07/2025
Cerca de 1 milhão de pessoas é esperado no Festival Halleluya 2025, que começou ontem (23) e vai até o domingo (27) no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), em Fortaleza. A programação conta com shows, adoração ao Santíssimo Sacramento, pregações, espaços de oração e atividades para a família.
Promovido pela Comunidade Católica Shalom, o evento está na 27ª edição e já faz parte do calendário oficial de turismo religioso do Brasil desde junho passado. Também é Patrimônio Cultural Imaterial de Fortaleza e faz parte do Calendário Oficial de Eventos do Ceará.
Todos os dias o evento começa às 18h e a entrada é gratuita, sendo recomendada a doação de 1kg de alimento não perecível que serão entregues para as obras de promoção humana da Shalom.
No palco principal, se apresentam artistas como padre Fábio de Melo, padre Marcelo Rossi, frei Gilson, irmã Kelly Patrícia e Rosa de Saron. A programação intercala os shows, missas e momentos de oração e adoração.
Há também espaços voltados ao público jovem, arena gamer e atividades para crianças.
Todas as noites mais de 30 padres ficam disponíveis para atender confissões no Espaço da Misericórdia que também oferece momentos de oração, acolhimento e aconselhamento. -
Mais de 100 ONGs denunciam "fome em massa em Gaza" 25/07/2025
Em um documento, 111 ONGs que atuam na Faixa de Gaza denunciam uma "fome em massa". Entre os signatários estão a Caritas e a Organização de Ajuda Humanitária Médicos Sem Fronteiras. Pelo menos 33 pessoas morreram nas últimas horas devido à escassez de alimentos. Milhares de ativistas foram às ruas em Telaviv para protestar contra o uso da fome como arma de guerra pelo governo. Enquanto isso, o Knesset inicia a análise de uma moção para anexar a Cisjordânia
ão se trata apenas da violência das armas. A fome e a desnutrição também estão matando na Faixa de Gaza, causando um "horror sem precedentes" — nas palavras do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em discurso ao Conselho de Segurança — sobretudo nos últimos dias. Pelo menos 33 pessoas morreram desde domingo, incluindo 12 crianças, porque não tinham o que comer e seus corpos se deterioraram rapidamente, confirma Zaher al-Waheidi, diretor da unidade de informação das autoridades de saúde locais.Onu: "Mil mortos enquanto buscavam comida"
Mas até mesmo procurar comida ou esperar na fila para distribuição de ajuda em centros administrados pela Fundação Humanitária de Gaza, criada especificamente por Israel e pelos Estados Unidos, tornou-se tão perigoso quanto entrar nas trincheiras. Em dois meses, aproximadamente 1.000 pessoas famintas foram mortas na Faixa de Gaza em busca de comida e água, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. "Atiradores de elite disparam aleatoriamente contra a multidão como se tivessem licença para matar. Uma caçada humana em larga escala, com total impunidade", denuncia a Unrwa, agência das Nações Unidas para o socorro e a ocupação dos refugiados palestinos no Oriente Médio.Alarme de 111 ONGs: "Fome em massa na Faixa"
"Uma fome em massa", batendo em todas as portas, denunciam em um comunicado conjunto 111 ONGs (incluindo Médicos Sem Fronteiras, Anistia Internacional, Oxfam e Caritas), da qual não escapam nem mesmo seus agentes que atuam em campo. "O sistema humanitário liderado pela Onu não falhou; está sendo impedido de funcionar", diz o comunicado: "Matar civis de fome como arma de guerra é um crime de guerra". Portanto, as organizações humanitárias pedem um cessar-fogo imediato, a abertura de passagens terrestres e a garantia do fluxo irrestrito de ajuda. Porque recusá-los "não é um atraso, mas uma condenação: a fome é algo inconcebível", disse o patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, numa coletiva de imprensa nesta quarta-feira com o patriarca ortodoxo, Teófilo III.Milhares nas ruas em Telaviv contra o governo
No entanto, Israel se justificou mais uma vez, alegando que o exército não identificou nenhuma situação de fome, e o Cogat (órgão israelense de coordenação das atividades governamentais nos Territórios palestinos) atribuiu o bloqueio de 950 caminhões carregados com ajudas humanitárias nos postos fronteiriços de Kerem Shalom e Zikim às lentidões burocráticas das Nações Unidas, que ainda não teriam retirado as ajudas. No entanto, uma carta instando o Cogat a garantir o fluxo de suprimentos médicos e bens essenciais também foi endereçada à organização pela Associação Médica Israelense, que foi informada de que "as Forças de Defesa de Israel facilitam constante e sistematicamente" sua entrada.
Essas declarações chocantes geraram indignação até mesmo dentro de Israel. Na quarta-feira, milhares de manifestantes marcharam em Telaviv, chamando a atenção para a crescente fome no enclave palestino e exigindo o fim da guerra. Partindo da Praça Habima, eles se dirigiram ao centro da cidade, carregando sacos de farinha e fotos de crianças de Gaza "mortas de fome, simplesmente mortas de fome", gritavam. "Eles nos dizem que não há fome, é mentira", disse um manifestante, apontando para fotos de crianças desnutridas.Jornalistas também sofrem de desnutrição
Trabalhadores da mídia na Faixa de Gaza também estão exaustos e famintos a ponto de não conseguirem trabalhar. Seguindo o sindicato da Afp, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) também denunciou isso. Se "no início do conflito tentávamos documentar e reportar a guerra, agora estamos tentando sobreviver", disse Moath al-Kahlout, correspondente da emissora Al Jazeera. O sofrimento infligido aos jornalistas, acusa o CPJ, é "deliberado, para silenciar a verdade".Mais ataques israelenses: pelo menos 21 mortos esta quinta
A escassez de alimentos continua a ser agravada pela brutalidade das armas. Na manhã desta quinta-feira, pelo menos 21 pessoas foram mortas em ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF) em território palestino, relata a Afp, citando fontes hospitalares palestinas. Segundo dados fornecidos pelas autoridades de saúde locais, mais da metade eram mulheres e crianças. Mas, diante dessa dinâmica de derramamento de sangue e violência, as negociações para a trégua em andamento em Doha, no Catar, ainda não chegaram a uma conclusão, embora fontes sauditas relatem que a maioria das questões contenciosas já foi resolvida. E esta sexta-feira, de acordo com Axios, o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deve se reunir com o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e um alto enviado do Catar em Roma.O Knesset aprova moção para anexar a Cisjordânia
Enquanto isso, no âmbito interno israelense, o líder da oposição Yair Lapid acusa Benjamin Netanyahu de manobrar para isentar milhares de judeus ultraortodoxos (haredi) do alistamento militar antes das eleições do Likud. Por outro lado, a decisão do Knesset de iniciar a partir desta quinta-feira o debate sobre uma moção para anexar a Cisjordânia a Israel é destinada a gerar polêmica. Essa proposta, apresentada por representantes de partidos religiosos de extrema direita e um membro do Likud, também é apoiada — juntamente com a anexação de Gaza — pelos membros mais radicais do governo.
Fonte: Vatican News
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