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  • Parolin: demasiados inocentes pagam com a vida a ganância dos poderosos 08/08/2025 Parolin: demasiados inocentes pagam com a vida a ganância dos poderosos

    "Muitos, demasiados inocentes pagam com a própria vida pela ganância e ambição daqueles que exploram o poder segundo sua vontade: colocá-los no centro das atenções é um imperioso gesto de justiça em relação a eles, porque geralmente não têm voz". É o que evidencia o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin em uma mensagem endereçada a padre Nicola Riva, assistente eclesiástico da Obra de Nazaré, a associação leiga internacional fundada nas décadas de 1960 e 1970 por seu pai, Giovanni Riva, professor, escritor e educador. A ocasião foi o evento Tonalestate, a international summer university (universidade internacional de verão) - para estudantes, professores, formadores e todas as pessoas interessadas em abordar culturalmente a realidade, respeitando os direitos humanos, a justiça e a paz - que teve início esta quinta-feira onde os Alpes de Brescia e Trentino se encontram, entre Ponte Di Legno, Passo del Tonale e Vermiglio, norte da Itália. Promovido pela homônima associação cultural e acolhido pela Obra de Nazaré, o evento, que este ano chega a sua 26ª edição, concentra-se até 9 de agosto no tema da miséria, com o título "DeRelicti - quem tem as chaves do reino?" A referência é aos descartados e abandonados, mas também àqueles que causam a situação deles, sem nunca esquecer os caminhos de renascimento. A exortação do cardeal Parolin aos cerca de 200 participantes, principalmente das Américas, Ásia e Europa, é a se dar uma atenção que se traduza em "um esforço para mudar a situação e criar um mundo justo e humano, onde os ‘DeRelicti’ sejam cada vez menos".

    Mudar a realidade onde se encontra

    O objetivo do Tonalestate é "reunir jovens provenientes de muitos países ao redor do mundo - Japão, México, El Salvador, para citar alguns - para explorar e abordar as questões mais prementes do nosso mundo contemporâneo", explicou a presidente Elena Lanzoni à mídia vaticana. "Queremos chamar a atenção para aqueles que não têm voz, que vivem em situações de injustiça e desumanidade devido aos crimes de ´reis´, isto é, aqueles que têm hoje o poder em suas mãos", acrescentou Lanzoni, lançando um olhar para a política, que, observou, "muitas vezes é cúmplice nessa negligência em relação aos últimos". Mas o objetivo, para os jovens presentes, não é apenas se concentrar em "quem determina a vida, a morte, a paz, a guerra, mas também quem pode dar esperança aos abandonados", continua Lanzoni, em um olhar que se passa do eu para o outro nos três dias de simpósio, com encontros, mesas-redondas, filmes, espetáculos, exposições e concertos, idealmente sintetizados naquele I love you que caracteriza os trabalhos. O caminho, reflete ainda Lanzoni, é saber, aprender, adquirir noções e informações "sobre o que é o mundo, mas também encontrar um impulso, um convite para repetir tudo isso, cada um em seu próprio país, em sua universidade, na escola, no local de trabalho, para começar a mudar a realidade onde quer que estejam".

    Hospitalidade, comprometimento e doação

    Olhando para o presente, Eletta Paola Leoni, diretora do Centro de Estudos Tonalestate, concentrou-se naquela "ansiedade de posse que é um inimigo dentro de nós e do qual devemos nos libertar": as bombas em Gaza, Líbano, Síria, Irã, Ucrânia e Sudão, destacou, vêm, na verdade, "daqueles que deveriam governar com justiça e sabedoria", e, em vez disso, testemunhamos apenas sofrimento, dor e violência. De Emanuele Ferrari, professor e prefeito de Castelnovo ne´ Monti, na província de Reggio Emilia, veio um chamado à escuta, a um olhar "para o horizonte da comunidade, que é hospitalidade, compromisso e doação", numa espécie de "poética das relações, que rejeita a política da força e reafirma o poder da política, capaz de unir as pessoas".

    Mais de 50 guerras em curso no mundo

    Gian Guido Folloni, jornalista, ex-editor do "Avvenire" e ex-ministro da República, ofereceu um panorama dramático da era contemporânea: "Há 56 guerras em curso hoje", lembrou, recordando o Artigo 11 da Constituição italiana e o repúdio à guerra, mas observando que "as boas intenções da comunidade internacional após a Segunda Guerra Mundial foram abandonadas". Hoje, refletiu, da Faixa de Gaza a Darfur, no Sudão, assistimos ao "fracasso daquilo que aprendemos a chamar de civilização".

    Fraternidade e bem comum

    Nesse contexto, um apelo à fraternidade foi feito durante o simpósio pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, que pouco antes havia administrado o sacramento da Crisma a cinco jovens da Obra de Nazaré durante uma celebração eucarística na Igreja da Santíssima Trindade em Ponte di Legno. O purpurado, lembrando como o Papa Leão XIV tem especial apreço pelo "compromisso com a paz" e pela "unidade da Igreja", exortou os jovens a assumirem um papel "em primeira pessoa": diante da fragilidade dos outros, disse ele, "devemos sentir a responsabilidade de ajudá-los". Porque "a vida de cada um de nós está interligada à dos outros": todos devemos, portanto, "sentir o dever de nos unir fraternalmente, soccorendo, ajudando e colaborando" para construir o bem comum.

    Fonte: Vatican News
    https://www.vaticannews.va

  • Papa Leão XIV anuncia data e tema da JMJ Seul 2027 04/08/2025 Papa Leão XIV anuncia data e tema da JMJ Seul 2027

    O Papa Leão XIV anunciou a data e o tema da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá em Seul, na Coreia do Sul. O maior evento voltado para a juventude católica do mundo será realizado entre 3 e 8 de agosto de 2027, com o tema “Tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16,33).

    O anúncio foi feito durante a oração do Angelus neste domingo, 3, após a Missa do Jubileu dos Jovens. “Depois deste Jubileu, a ‘peregrinação da esperança’ dos jovens continua e nos levará à Ásia”, expressou o Pontífice.

    “É precisamente a esperança que habita em nossos corações a dar-nos a força para anunciar a vitória de Cristo Ressuscitado sobre o mal e a morte”, prosseguiu o Santo Padre, “e disso, vós, jovens peregrinos de esperança, sereis testemunhas até aos confins da terra”.

    Renovando o convite feito pelo Papa Francisco no encerramento da JMJ Lisboa 2023, Leão XIV concluiu sua fala: “encontramo-nos, então, em Seul: continuemos juntos a sonhar e a alimentar a esperança”!


    Fonte: Cançao Nova Not
    https://noticias.cancaonova.com

  • Mês Vocacional traz apelos à escuta, discernimento e compromisso com o chamado de Deus 04/08/2025 Mês Vocacional traz apelos à escuta, discernimento e compromisso com o chamado de Deus

    Neste mês de agosto de 2025, a Igreja no Brasil celebra o Mês Vocacional em sintonia com o Ano Jubilar. Trata-se de um tempo especial para a escuta de Deus, o discernimento pessoal e a renovação do compromisso com a vocação recebida. O tema deste ano — “Peregrinos porque chamados” — inspira-se na caminhada de fé do cristão, que vive em constante busca e resposta ao chamado de Deus. O lema, retirado da Carta de São Paulo aos Romanos, “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações” (Rm 5,5), recorda que toda vocação nasce do amor gratuito de Deus e se sustenta na esperança ativa.










    Em artigo publicado neste contexto, o arcebispo de Natal (RN), dom João Santos Cardoso, destaca que a vocação é dom e resposta, enraizada na fé e sustentada pela esperança.

    "    “A vocação amadurece através do compromisso quotidiano de fidelidade ao Evangelho, na oração, no discernimento e no serviço”, afirma o arcebispo, ao recordar a mensagem do Papa Francisco para o 62º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, na qual o Pontífice sublinha que “toda vocação é animada pela esperança, que se traduz em confiança na Providência”."

    Dom João chama atenção especialmente para a vocação sacerdotal, que considera essencial para a vida e missão da Igreja. Segundo ele, o sacerdote é chamado a ser alter Christus, presença sacramental de Cristo no meio do povo, responsável por presidir os sacramentos, anunciar a Palavra e conduzir o povo de Deus com esperança e compaixão.

    "    “A vocação sacerdotal é belíssima, embora exigente”, diz ele, ao reforçar que a Igreja deve investir numa pastoral vocacional acolhedora e perseverante, especialmente junto aos jovens que enfrentam incertezas e crises de sentido."

    Também refletindo sobre o Mês Vocacional, o arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa, enfatiza que todas as formas de serviço na Igreja devem ser compreendidas como verdadeiras vocações.

    "    “É vocação o matrimônio, o sacerdócio, a vida religiosa e missionária, a consagração nas novas comunidades e o Ministério das Virgens. É preciso que as famílias reconheçam e acolham o chamado como dom”, defende o arcebispo."

    Para dom Alberto, promover uma cultura vocacional passa pelo testemunho das comunidades, pela vivência litúrgica bem celebrada e pelo acolhimento nas paróquias.

    "    “Uma pessoa bem acolhida acaba se envolvendo, descobrindo seus dons e colocando-os a serviço”, afirma. Ele também destaca a importância de chamar diretamente os jovens para a missão, como incentivou São João Paulo II: “As vocações existem. O que falta é trato e carinho”."

    Os dois arcebispos reforçam a necessidade de cultivar a oração como base da cultura vocacional. Citando o Evangelho de Mateus, dom Alberto conclui: “Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie trabalhadores para sua colheita!”.

    O Mês Vocacional de 2025 é, assim, uma oportunidade privilegiada para toda a Igreja no Brasil renovar sua disposição em ser terra fértil para as vocações, reconhecendo que cada batizado é chamado a ser sinal de esperança no mundo.
    Materiais

    Acesse, abaixo, os materiais do Mês Vocacional 2025:

    Refrão Meditativo
    Identidade Visual
    Conteúdo Formativo

    Fonte: CNBB

  • Papa Leão XIV faz apelo por união e diálogo em meio a sociedades divididas 30/07/2025 Papa Leão XIV faz apelo por união e diálogo em meio a sociedades divididas

    Em sua mais recente mensagem no Vídeo do Papa, divulgada nesta quinta-feira (1º) para o mês de agosto, o pontífice fez um urgente chamado à oração e à reconciliação em um mundo marcado por conflitos e polarizações. Com o tema "Que as sociedades não sucumbam à tentação do confronto", Leão XIV pediu que fiéis e líderes políticos busquem caminhos de diálogo em vez de divisão, respondendo aos desafios com "gestos de fraternidade".
    "Vivemos tempos de medo e divisão", afirmou o papa no vídeo, produzido em colaboração com a Fundação Jesuíta para as Comunicações (JesCom) e a Rede Mundial de Oração do Papa. "Às vezes agimos como se estivéssemos sozinhos, levantando muros que nos afastam uns dos outros, esquecendo que somos irmãos e irmãs". As imagens que acompanham sua fala mostram cenas de tensão social, violência e migração forçada, contrastando com o apelo por união.
    O pontífice destacou que as diferenças étnicas, religiosas, políticas e ideológicas não devem ser vistas como ameaças, mas como "uma riqueza que nos humaniza". Para superar as divisões, ele incentivou os fiéis a olharem para os outros "com os olhos do coração", reconhecendo a dignidade de cada pessoa. A mensagem também enfatizou o papel da juventude, especialmente no contexto do Jubileu 2025, convocando os jovens a serem protagonistas na construção de comunidades mais fraternas e inclusivas.
    Leão XIV ainda reforçou a responsabilidade dos líderes políticos na promoção da harmonia social. "Os governantes devem trabalhar ativamente para edificar sociedades justas e pacíficas", afirmou. Ao final, o papa conduziu uma oração coletiva: "Envia-nos teu Espírito, Senhor, para que torne a acender em nós o desejo de compreender-nos, de escutar-nos, de conviver com respeito e compaixão". A mensagem encerra com um tom de esperança, lembrando que a paz é possível quando fundada no diálogo e na solidariedade.

    Fonte: ACI Digital
    https://www.acidigital.com

  • Pesquisa revela que três em cada quatro brasileiros são contra a legalização do aborto 30/07/2025 Pesquisa revela que três em cada quatro brasileiros são contra a legalização do aborto

    Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pela Ipsos-Ipec mostrou que a maioria esmagadora da população brasileira rejeita a legalização do aborto no país. Segundo o estudo, 75% dos entrevistados se declararam contrários à medida, enquanto apenas 16% apoiam a descriminalização da prática. Os dados ainda revelaram que 6% não têm posição definida sobre o tema, e 3% não souberam ou não responderam.
    O levantamento, intitulado Índice de Conservadorismo Brasileiro, apontou uma queda de dois pontos percentuais no apoio à pauta pró-aborto em comparação com a última pesquisa do instituto, realizada em 2023. Paralelamente, a defesa da proteção à vida desde a concepção registrou um aumento de dois pontos no mesmo período, reforçando a tendência de posicionamento conservador da população.
    A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 8 de julho, com duas mil pessoas entrevistadas em 131 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. A amostra foi elaborada com base nos dados do Censo Demográfico 2022 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2023, do IBGE, levando em conta variáveis como sexo, idade, escolaridade, raça/cor e ramo de atividade.

    Os resultados reforçam o cenário de resistência a mudanças na legislação atual, que permite o aborto apenas em casos de estupro, risco de vida para a mãe ou anencefalia fetal. O debate sobre a ampliação das permissões continua polarizado, com movimentos sociais defendendo a descriminalização e grupos conservadores mantendo forte oposição. A pesquisa sugere que, pelo menos no momento, a maioria dos brasileiros ainda não apoia uma flexibilização das leis sobre o tema.

    Fonte: ACI Digitalhttps://www.acidigital.com

  • O relacionamento humano e a Inteligência Artificial 30/07/2025 O relacionamento humano e a Inteligência Artificial

    A Quarta Revolução Industrial está intrinsecamente ligada a todos os aspectos de nossas vidas. Com isso, a Inteligência Artificial (IA) começou a assumir papéis tradicionalmente reservados aos seres humanos. Contudo, essa relação entre humanos e a máquina tem transformado nossa maneira de nos comunicar com o próximo que, por ser a imagem e semelhança de Deus, foi criado para a dinâmica de se relacionar com o outro que possui consciência, pensa e reflete.
    O ser humano, portanto, é um ser em relação. É ser com os outros, em todos os âmbitos de sua existência, na vida social e política, na amizade, no amor e na vida comum, enfim, nas várias formas de relação dos sujeitos. Ser com os outros é uma experiência fundamental de nossa vida. O ser humano não pode ser compreendido em sua totalidade, sem a categoria relacional ou recíproca de sujeito a sujeito.
    Assim sendo, o relacionamento é um pilar fundamental nas interações entre indivíduos e grupos sociais: na família, no bairro, em ambientes de trabalho, em atividades de lazer, nas esferas sociais e políticas. O ser humano, em sua essência, depende do outro para sua plena realização, para o aprimoramento contínuo, para a prática da fé e para a construção da civilização do amor, amadurecendo como pessoa na troca mútua e no contato cotidiano.
    A evolução da Inteligência Artificial Generativa (IAG) nos leva a compreender que sistemas como ChatGPT, Copilot, Gemini, Magisterium AI e outros aplicativos são atraentes por suas sofisticadas capacidades de processamento e combinação de dados. Eles respondem a indagações complexas, atuam como apoio emocional e facilitam a interação humana, tornando-se, de certa forma, companheiros.
    É importante entender que o ser humano pensa em termos de analogias e comparações, o que proporciona ao interlocutor a oportunidade de buscar esclarecimentos. Por outro lado, os sistemas não exibem raciocínios lógico verdadeiro nem possuem consciência. Sua funcionalidade baseia-se no reconhecimento de padrões linguísticos, sem compreensão intrínseca que articulam, relatam, expressam ou respondem. É um sistema impessoal
    No entanto, para que não nos percamos nessa relação com a máquina que cria, gera, escreve, resume, aconselha, orienta e até desenha é fundamental entender um ponto crucial. Embora esses sistemas de IA operem com base em modelos de linguagem e vastos conjuntos de dados para responder e resolver problemas lógicos, gerando conteúdos e cálculos que parecem precisos, precisamos ficar atentos. A IA mal utilizada pode deteriorar as interações humanas. Por trás dessas respostas, podem surgir soluções equivocadas, o que chamamos de alucinações de IA.
    O relacionamento da máquina com o humano é feito por prompts. Eles estimulam o nosso modelo de pensar passo a passo (Machine Learning e Deep Learning) até chegar numa conclusão. Quando a IA responde, comunicando ideias ou apresentando soluções, ela está, na verdade, processando probabilidades de respostas. Isso pode, muitas vezes, apresentar um raciocínio lógico e gerar respostas até melhores que as humanas, simulando o pensamento. Contudo, é fundamental entender que essas respostas podem ser incorretas e ilógicas. Por isso, as linhas de processamento da IA devem ser sempre questionadas pelo ser humano, nesse novo modelo de relacionamento.
    A crescente interferência tecnológica em nossas relações, especialmente com a IA simulando o pensamento humano, pode, de fato, dificultar nosso questionamento crítico e discernimento como seres criados à imagem e semelhança de Deus. É, portanto, imperativo que mantenhamos consciência e ética ao analisar os resultados gerados na interação com as máquinas. Isso nos protegerá das alucinações da IA, que frequentemente distorcem a verdade e a essência das relações humanas. Diante desses desafios tecnológicos, precisamos permanecer vigilantes na formação ética e na intermediação, sempre buscando entender o outro como presente do bom Deus em nossas vidas.
    Em suma, a IA, com sua capacidade de processar informações, surge como um catalisador de conexões. Ela acelera e intensifica as interações humanas, atuando como um agente que o estimula e potencializa os relacionamentos. É uma ferramenta valiosa que nos auxilia a transcender barreiras e a nos aproximarmos do próximo. Assim, a tecnologia se torna um meio para fortalecer os laços humanos, e não um fim em si mesma.

    Fonte: Vatican News
    https://www.vaticannews.va

  • A Esperança dá sentido à realidade presente 28/07/2025 A Esperança dá sentido à realidade presente

    No livro Fé, esperança e caridade – as três graças do Cristianismo, o cardeal Raniero Cantalamessa, apresenta uma reflexão profunda sobre as três virtudes teologais, fundamentais à vida cristã. Com linguagem acessível e espiritualidade enraizada na tradição bíblica e patrística, Cantalamessa mostra como a fé orienta o relacionamento com Deus, a esperança sustenta o crente nas provações e a caridade traduz o amor divino em ação concreta. A obra convida à vivência autêntica do Evangelho, destacando essas virtudes como caminhos para a santidade e a transformação pessoal.
    Inspirado nesta obra, Pe. Gerson Schmidt nos propõe hoje a reflexão "A Esperança dá sentido à realidade presente":
    "Novo livro do cardeal Raneiro Cantalamessa, ex-pregador da Casa Pontifícia, intitulado “Fé, esperança e caridade – as três graças do Cristianismo”, foi editado no Brasil pela editora Paulus. Aborda, num segundo grande capítulo, a virtude da esperança, tema no Ano Santo Jubilar, que nos é propício aprofundar.
    Jesus em sua pregação proclamou a esperança da Vida Eterna, afirmando vigorosamente a ressurreição dos mortos. Diante da controvérsia dos saduceus, colocando a Jesus um caso hipotético de um homem que teria sete mulheres e todas morreram, qual delas o teriam na eternidade como marido. Jesus responde que na eternidade seremos como anjos e proclama o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó e conclui que “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, porque para Deus todos vivem”. Cristo não só ressuscita a filha de Jairo, o filho da mulher de Naim, e Lázaro. A prova irrefutável que Ele é Senhor dos vivos é que Ele mesmo ressuscita. Por isso, nossa esperança não é só para esta vida, mas para a que virá depois de nossa morte.
    Crer na Vida Eterna muda nossa existência e vida cotidiana. É preciso voltar à nossa realidade presente, quando afirmamos crer na Vida Eterna. Voltemos ao hoje de nossa vida, ao exercício da virtude teologal da esperança que é aquilo que mais nos interessa. É tempo de, sobre este ponto, a passagem do antigo ao Novo testamento, ocorrida historicamente a dois mil anos, ocorrer existencialmente hoje em cada um de nós mostrando que a revelação da vida eterna também muda a vida de um crente aqui na terra.
    Cantalamessa conta nesse livro que um ateu contou uma experiência pessoal. ”Assistia, por dever de representação a um funeral cristão. A certa altura, o oficiante pronunciou, em tom solene, essas palavras: "esse irmão ressuscitará; todos nós um dia ressuscitaremos". Ele olhou em volta: nenhum dos presentes pestanejou ou deu sinal de alguma emoção. Disse para si: "se eu pudesse acreditar no que essa gente diz acreditar, penso que começaria a dar saltos de alegria e a gritar: Urrá! Urrá! Não digo que se possa sempre dar saltos de alegria (estamos na fé, não na visão), mas deveria ser possível perceber que a fé na vida eterna muda algo em nossa vida, nós que acreditamos: em nossas palavras, em nosso próprio olhar. O apóstolo Pedro sugere duas coisas com as quais dar razão da esperança: doçura e respeito (1Pd 3,15-16). Aquele para quem a vida eterna é algo mais do que uma simples crença, diante de qualquer dificuldade contradição, repete para si com São Bernardo e Santo Inácio de Loyola: “Quid hoc ad aeternitatem? (o que é isso diante da eternidade?)” .
    Se perguntamos o que é a esperança, se a tua mente por ela é adornada e de onde ela vem, na da mais pura escolástica, poderia se responder assim: “Esperança é uma espera certa da glória futura, a qual produz Graça Divina e mérito precedente”.
    As virtudes teologais são tratadas por dois grandes poetas: Dante Alighieri e Charles Péguy. No discurso de Peguy sobre as virtudes teologais, se parte de um exame. O interrogatório não se realiza no céu, mas na terra. O examinador não é um apóstolo, mas um pobre pároco de aldeia. O examinado é um criança, talvez da catequese da confirmação. Primeiramente o simples sacerdote pergunta: Quais as três virtudes teologais? A criança responde: fé, esperança e caridade. O Pároco humilde pergunta: porque são chamadas de virtudes teologais? A criança responde: Porque essas três virtudes se referem diretamente a Deus! E o sacerdote pergunta: “O que é a esperança?”. O catequizando responde: “A esperança é uma virtude sobrenatural pelo qual esperamos de Deus, com confiança, a sua graça nesse mundo e a glória eterna no outro”.
    A esperança não é apenas uma meta futura, mas um motor propulsor no presente, que transforma nosso modo de viver e proceder. Quem não pensa no amanhã, não vive bem no dia de hoje. Quem não coloca seu coração na eternidade, não valoriza o tempo presente. Vive de qualquer jeito, deixa as coisas como estão, sem compromisso de eternidade.
    Cantalamessa escreve assim: “Fé, a esperança e caridade são três irmãs que caminham de mãos dadas: as duas grandes ladeando a menina no centro. E todos sabem bem quem é a menina. Todos, ao vê-las, pensam que são as duas maiores que puxam a pequena pela mão. Estão equivocados! É ela, a pequena, que puxa tudo. Se a esperança parar, tudo para! Não creio que restam muitas dúvidas sobre qual das três virtudes teologais o poeta ama mais. A verdadeira grande tentação para ele é contra a esperança, concordando nisso com a teologia clássica que considera “o desespero o pecado mais grave de todos”, segundo afirma São Tomás de Aquino, na Suma Teológica".

    Fonte: Vatican News
    https://www.vaticannews.va

  • Jubileu dos Influenciadores Católicos em Roma destaca missão digital como rede de pessoas, não de algoritmos 28/07/2025 Jubileu dos Influenciadores Católicos em Roma destaca missão digital como rede de pessoas, não de algoritmos

    Milhares de influenciadores católicos e missionários digitais de várias partes do mundo participaram, nesta segunda-feira (28), da abertura do Jubileu dos Influenciadores em Roma. O evento, realizado no Auditório da Conciliação, é um chamado da Igreja para refletir sobre a evangelização na era digital, valorizando mais a presença humana do que a viralização de conteúdo.
    Durante a cerimônia de abertura, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, destacou que renovar o ambiente digital é um desafio essencial. “Falar de missão digital não é reduzir a evangelização a uma técnica, mas reconhecer que o digital faz parte da forma como as pessoas vivem, sentem e se relacionam”, afirmou. Segundo ele, mais que estratégias, o mundo online precisa de testemunhos reais, empáticos e disponíveis ao diálogo.
    A mensagem foi reforçada por Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação, ao lembrar que a Igreja já era uma “rede” antes da existência da internet. Para ele, o verdadeiro vínculo entre os cristãos é espiritual e humano — e não algorítmico. “Estamos aqui não para nos glorificarmos ou promovermos nossas marcas pessoais, mas para fazer um exame de consciência sobre como testemunhamos o Reino de Deus na era digital.”
    Ruffini também alertou para o risco de transformar comunidades em públicos e o público em mercadoria. “Nossa fé não é individualista nem consumista, mas comunitária”, disse, convocando os presentes a manterem o foco na missão evangelizadora.


    O Jubileu propõe, assim, uma mudança de paradigma na presença digital católica, reforçando que evangelizar online vai além de seguidores ou curtidas: trata-se de ser sinal de esperança e presença de Cristo no meio do caos digital — com verdade, escuta, compaixão e comunidade.

    por Wander Soares

  • Congo: massacre em uma igreja Católica em Komanda 28/07/2025 Congo: massacre em uma igreja Católica em Komanda

    Seriam cerca de quarenta as vítimas do ataque, neste domingo, 27 de julho, perpetrado por milícias das Forças Democráticas Aliadas (ADF), compostas por ex-rebeldes ugandeses. Com golpes de facões e armas de fogo, foram mortos fiéis que se haviam reunido para rezar, segundo informações fornecidas à AFP por fontes locais. Ao longo dos anos, as ADF foram responsáveis por vários massacres contra civis, matando milhares de pessoas.
    Um ataque brutal em uma igreja no leste do Congo, perpetrado por rebeldes apoiados pelo Estado Islâmico. Por volta da 1h da madrugada, membros da ADF invadiram o local, em Komanda, matando cerca de quarenta pessoas.

    Com golpes de facões e armas de fogo

    Uma estação de rádio apoiada pelas Nações Unidas falou em 43 vítimas, citando fontes de segurança. Afirmou que os agressores vieram de um reduto a cerca de 12 quilômetros do centro de Komanda e fugiram antes da chegada das forças de segurança. Várias casas e lojas também foram incendiadas. Enquanto continua a busca por mortos e feridos envolvidos no ataque, o tenente Jules Ngongo, porta-voz do Exército da República Democrática do Congo em Ituri, relatou à agência AP uma incursão de homens armados com facões e armas de fogo. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em uma postagem no X, condena o episódio hediondo: “Os locais de culto devem sempre ser preservados e a liberdade religiosa protegida. A Itália está próxima das famílias das vítimas e do povo congolês”.

    Mais um ataque mortal contra civis

    A ADF opera na zona fronteiriça entre Uganda e Congo e tem realizado ataques regulares contra a população civil, sendo responsável pela morte de milhares de pessoas. Há duas semanas, mataram 66 pessoas na área de Irumu. O líder Jamil Mukulu, cristão convertido ao islamismo, fugiu para o Quênia; chegou Yusuf Kabanda, que se aliou a um grupo rebelde secular ugandense, o Exército Nacional para a Libertação do Uganda-Nalu. O inimigo comum é o presidente ugandês Yoweri Museveni. Após a perda, em 2000, do aliado Nalu, o grupo radicalizou-se e tornou-se cada vez mais agressivo contra as populações locais. Recorda-se, entre outros, o ataque no início do ano passado em Baeti, também na parte oriental do país, onde pelo menos oito pessoas foram mortas, cinco das quais enquanto rezavam. Os autores foram, mais uma vez, os rebeldes da ADF afiliados ao ISIS; nessa ocasião, mais de trinta pessoas foram feitas reféns pelos agressores, que invadiram várias aldeias vizinhas.

    Fonte: Vatican News
    https://www.vaticannews.va

  • Não se pode rezar a Deus como Pai e depois ser duro e insensível, diz Leão XIV 28/07/2025 Não se pode rezar a Deus como Pai e depois ser duro e insensível, diz Leão XIV

    Em sua primeira aparição pública em Roma depois de mais de duas semanas em Castel Gandolfo, o papa Leão XIV apareceu na janela do Palácio Apostólico para rezar o Ângelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.
    “Não se pode rezar a Deus como ‘Pai’ e depois ser duro e insensível para com os outros. Pelo contrário, é importante deixarmo-nos transformar pela sua bondade, pela sua paciência, pela sua misericórdia, para refletir o seu rosto no nosso como um espelho”, disse em sua meditação antes da oração mariana.
    O papa refletiu sobre o Evangelho do dia, no qual Jesus ensina aos seus discípulos o Pai Nosso e disse que essa passagem “nos convida, na oração e na caridade, a nos sentirmos amados e a amar como Deus nos ama: com disponibilidade, discrição, solicitude recíproca, sem cálculos”.
    Leão XIV também assegurou que esse trecho do Evangelho “descreve os traços da paternidade de Deus por meio de algumas imagens sugestivas: a de um homem que se levanta no meio da noite para ajudar um amigo a acolher uma visita inesperada; ou a de um pai que tem o cuidado de dar coisas boas aos seus filhos”.
    O papa disse que essas figuras nos lembram que Deus “nunca nos vira as costas quando nos dirigimos a Ele, nem mesmo se chegamos tarde para bater à sua porta, talvez depois de erros, de oportunidades perdidas, de fracassos”.
    Ele deixou claro que, “na grande família da Igreja, o Pai não hesita em tornar-nos todos participantes de cada um dos seus gestos de amor”.
    “O Senhor escuta-nos sempre que rezamos, e, se por vezes nos responde em momentos e formas difíceis de compreender, é porque age com uma sabedoria e uma providência maiores, que estão para além da nossa compreensão”, acrescentou.
    Por outro lado, disse, ao recitar o Pai Nosso, além de celebrar a graça da filiação divina, os fiéis também expressam o “compromisso de corresponder a esse dom, amando-nos uns aos outros como irmãos em Cristo”.
    “Quanto mais confiantes rezamos ao Pai do Céu, tanto mais nos descobrimos filhos amados e tanto mais conhecemos a grandeza do seu amor”, disse o papa, cujo retorno ao Vaticano na terça-feira (22) marcou o fim de uma breve pausa de verão antes de celebrar o Jubileu da Juventude, que acontecerá de 28 de julho a 3 de agosto.

    Fonte: ACI Digitalhttps://www.acidigital.com

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