Parolin: demasiados inocentes pagam com a vida a ganância dos poderosos
08/08/2025
"Muitos, demasiados inocentes pagam com a própria vida pela ganância e ambição daqueles que exploram o poder segundo sua vontade: colocá-los no centro das atenções é um imperioso gesto de justiça em relação a eles, porque geralmente não têm voz". É o que evidencia o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin em uma mensagem endereçada a padre Nicola Riva, assistente eclesiástico da Obra de Nazaré, a associação leiga internacional fundada nas décadas de 1960 e 1970 por seu pai, Giovanni Riva, professor, escritor e educador. A ocasião foi o evento Tonalestate, a international summer university (universidade internacional de verão) - para estudantes, professores, formadores e todas as pessoas interessadas em abordar culturalmente a realidade, respeitando os direitos humanos, a justiça e a paz - que teve início esta quinta-feira onde os Alpes de Brescia e Trentino se encontram, entre Ponte Di Legno, Passo del Tonale e Vermiglio, norte da Itália. Promovido pela homônima associação cultural e acolhido pela Obra de Nazaré, o evento, que este ano chega a sua 26ª edição, concentra-se até 9 de agosto no tema da miséria, com o título "DeRelicti - quem tem as chaves do reino?" A referência é aos descartados e abandonados, mas também àqueles que causam a situação deles, sem nunca esquecer os caminhos de renascimento. A exortação do cardeal Parolin aos cerca de 200 participantes, principalmente das Américas, Ásia e Europa, é a se dar uma atenção que se traduza em "um esforço para mudar a situação e criar um mundo justo e humano, onde os ‘DeRelicti’ sejam cada vez menos".
Mudar a realidade onde se encontra
O objetivo do Tonalestate é "reunir jovens provenientes de muitos países ao redor do mundo - Japão, México, El Salvador, para citar alguns - para explorar e abordar as questões mais prementes do nosso mundo contemporâneo", explicou a presidente Elena Lanzoni à mídia vaticana. "Queremos chamar a atenção para aqueles que não têm voz, que vivem em situações de injustiça e desumanidade devido aos crimes de ´reis´, isto é, aqueles que têm hoje o poder em suas mãos", acrescentou Lanzoni, lançando um olhar para a política, que, observou, "muitas vezes é cúmplice nessa negligência em relação aos últimos". Mas o objetivo, para os jovens presentes, não é apenas se concentrar em "quem determina a vida, a morte, a paz, a guerra, mas também quem pode dar esperança aos abandonados", continua Lanzoni, em um olhar que se passa do eu para o outro nos três dias de simpósio, com encontros, mesas-redondas, filmes, espetáculos, exposições e concertos, idealmente sintetizados naquele I love you que caracteriza os trabalhos. O caminho, reflete ainda Lanzoni, é saber, aprender, adquirir noções e informações "sobre o que é o mundo, mas também encontrar um impulso, um convite para repetir tudo isso, cada um em seu próprio país, em sua universidade, na escola, no local de trabalho, para começar a mudar a realidade onde quer que estejam".Hospitalidade, comprometimento e doação
Olhando para o presente, Eletta Paola Leoni, diretora do Centro de Estudos Tonalestate, concentrou-se naquela "ansiedade de posse que é um inimigo dentro de nós e do qual devemos nos libertar": as bombas em Gaza, Líbano, Síria, Irã, Ucrânia e Sudão, destacou, vêm, na verdade, "daqueles que deveriam governar com justiça e sabedoria", e, em vez disso, testemunhamos apenas sofrimento, dor e violência. De Emanuele Ferrari, professor e prefeito de Castelnovo ne´ Monti, na província de Reggio Emilia, veio um chamado à escuta, a um olhar "para o horizonte da comunidade, que é hospitalidade, compromisso e doação", numa espécie de "poética das relações, que rejeita a política da força e reafirma o poder da política, capaz de unir as pessoas".Mais de 50 guerras em curso no mundo
Gian Guido Folloni, jornalista, ex-editor do "Avvenire" e ex-ministro da República, ofereceu um panorama dramático da era contemporânea: "Há 56 guerras em curso hoje", lembrou, recordando o Artigo 11 da Constituição italiana e o repúdio à guerra, mas observando que "as boas intenções da comunidade internacional após a Segunda Guerra Mundial foram abandonadas". Hoje, refletiu, da Faixa de Gaza a Darfur, no Sudão, assistimos ao "fracasso daquilo que aprendemos a chamar de civilização".Fraternidade e bem comum
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