Entrevista: Beatrix completa 5 anos

03/06/2022 Entrevista: Beatrix completa 5 anos

Criatividade, atitude e uma certa ansiedade de falar o pensa. Além, é claro, de um rock n’ roll de altíssima qualidade. Essa é a banda Beatrix, que neste mês de abril está completando 5 anos de carreira.

Ainda colhendo os frutos do CD de estreia, Beatrix, lançado em 2007, e preparando o repertório do próximo álbum, os integrantes do grupo realizaram um bate-papo informal com o jornalismo da CODIMUC.

Com bastante sinceridade e bom humor, Aura Lyris, Vinícius Sousa, Lize Borba, Bruno Espíndola e Thiago Augustini falaram sobre a relação entre música e tecnologia, sobre internet, redes sociais, composição e também sobre o atual momento da música católica. A turma não se furtou a fazer projeções para os próximos 5 anos.

Antes da banda

Vinícius Sousa – Basicamente eu era a mesma coisa (risos). Só toco um pouquinho mais e penso um pouquinho mais também. Eu tinha entre 17 ou 18 anos, quando entrei na banda. Eu estudava ainda, estava saindo do terceiro ano (do segundo grau). Então foi basicamente a fase de adaptação da minha mente. Se piorou ou melhorou, aí já não sei dizer (risos).

Lize Borba – Vixi, cara, 5 anos faz diferença na vida de uma pessoa.Eu tinha 21 anos, fazia faculdade, participava de um grupo de jovens, onde tinha uma banda chamada Beneditos. A gente tocava hardcore católico.

Bruno Espíndola – Eu trabalho com música católica desde os 14 anos. Na verdade, eu aprendi a tocar na Igreja, tocando em grupos de oração. Meu caminho sempre foi na Igreja, mas eu queria fazer algo diferente.

Aura Lyris – Eu morava em São Paulo (SP) e queria ser atriz ou fazer cinema. Eu nunca tive banda, nunca havia cantado em lugar nenhum, a não ser no karaokê da minha tia (risos).

Thiago Augustini – Eu também morava em Joinvile, tocava no ministério de música de uma comunidade de vida, chamada Arca da Aliança. Tocava tudo, menos rock (risos).

Diferencial do Beatrix

Aura – Uma coisa que é muito visível, que na verdade nem sei se é mérito nosso, mas que realmente mudou muito, foi o uso das ferramentas de internet: myspace, twitter, facebook, etc. A gente não achava coisas católicas brasileiras nesses espaços.

Lize – A gente não achava brasileiros, porque fora sempre houve. As bandas aqui não usavam muito essas coisas. Mas aí a gente começou a usar muito, porque coincidiu com o advento dessas novas tecnologias.

Thiaguinho – Eu acho que o mais inovador foi essa questão de contato com o público, que a gente valorizou bastante.

Público e internet

Bruno – A banda começou a acontecer realmente por causa da internet. O (DJ) Tau divulgou uma música que a gente tinha gravado apenas como demo, sem a gente saber. Aí o pessoal começou a entrar no site dele, falando do Beatrix, a música começou a tocar nas rádios. A gente não havia nem lançado o CD ainda. Então eu acho que isso moveu outras bandas católicas a usar e ver que a internet funciona.

Thiaguinho – É notável, depois que a gente lançou um CD independente, o número de pessoas que começaram a acreditar mais nessa possibilidade. O fato de não ter necessariamente que estar numa gravadora para conseguir lançar um CD, eu acho isso muito legal. Acho que outro diferencial foi o vocal feminino cantando rock.

Amadurecimento musical

Vinícius – A gente foi se adaptando. Muita coisa a gente pensava em fazer no começo e não ligava para o que a Aura podia ou não fazer (no canto). A gente tinha as idéias e fazia. Hoje a gente já sabe até onde ela chega, onde ela não chega, até onde fica confortável, fica bonito.

Aura – A gente fazia as músicas e só depois, na hora de tocar ao vivo, é que a gente se tocava: putz, essa música é muito difícil. Eu acho que a diferença é que antes estavam todos ouvindo a mesma referência para fazer música, hoje a gente escuta a referência de cada um.

Bruno – Eu acho que o que é mais legal é que a gente não se preocupa tanto com o profissional, a gente faz as coisas mais pensando artisticamente.

Frutos do primeiro CD

Thiaguinho - São muitos testemunhos, das pessoas se identificando. Era aquilo que dizem as letras que eles precisavam escutar. Parecia que essas canções conseguiam resolver muitos problemas no coração dos jovens, indicando pelo menos o início do trilho…

Aura – E era isso mesmo o que a gente queria com o primeiro CD, só mostrar a porta. Se ele vai entrar ou não é justamente o que a gente fala na música “O Terminal”: depende de você se vai embarcar ou não. E na época, eu estava descobrindo ainda minha fé, cheia de dúvidas, então foi isso muito o que saiu nas letras que eu escrevi.

Novo CD

Vinícius – Se a gente for pensar na mesma lógica do primeiro, se deu tanto bafafá, nesse segundo vai dar muito mais. Porque a gente mudou bastante em relação ao que a gente fez musicalmente no primeiro. E acho que vai ficar bem diferente do que a galera está acostumada a ouvir.

Aura – A gente está fazendo que sempre fez: dar a cara a tapa. (risos) A gente está fazendo o som que a gente gosta, não está fazendo algo que poderia ficar legal.

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